Latchim Sastipen (Boa
Saúde)
O trabalho desenvolvido por
ciganos e ciganas em Portugal; falando aqui da Associação Letras Nômadas, nas
pessoas de sua Presidente Olga Mariano e Bruno Gonçalves – vice presidente, nos
enche de alegria, esperança e renova nossas forças. Portugal está em boas mãos
com sua pesquisa.
Sabemos de pronto que a
saúde de nossos ciganos e ciganas no mundo todo é bastante precária e debilitada,
com a exceção dos que podem pagar por um plano de saúde, dos que possuem a consciência
da prevenção e serviços oferecidos e dos riscos que se corre pelos anos e anos
de negação e preconceito com o Povo Cigano e sua aceitação nos programas de
governo.
Em Portugal esse processo
já começou a andar e seguem dois vídeos sobre o assunto.
Segue o vídeo da romed saúde.
No Brasil, seguimos
avançando em pontos primordiais, como a Portaria 940 do MS e também alguns
assuntos relacionados que começam a voltar suas atenções para esse recorte
chamado Minoria étnica no Brasil: O Povo Romani – os assim chamados ciganos.
Por cá fazemos referência a
alguns trabalhos como:
*Saúde e Cidadania dos Povos de etnia Romani no Brasil –
Os assim chamados ciganos. Mimeo 2015.
* COSTA,
Elisa. Redução das Desigualdades em Saúde
nas Comunidades Ciganas no Brasil: subsídios para discussão. ISBN: 978-85-67708-01-0; Brasília: AMSK/Brasil, 2014.
* GUIMARÃES,
José Ribeiro Sousa. Perfil do Trabalho
Decente no Brasil: um olhar sobre as Unidades da Federação. Brasília: OIT,
2012.
* OMS. Constituición de la Organización Mundial de Salud. Documentos
Básicos, suplemento da 45ª Sessão, octubre,
2006. Disponível em: http://www.who.int/governance/eb/who_constitution_sp.pdf
* MOTA, Ático
Frota Vilas-Boas. Ciganos: antologia de
ensaios. Brasília: Ed. Thesauros, 2004
* AMSK/BRASIL.
Relatório SASTIPEN – SAÚDE II.
Brasília: mimeo, 2012.
*GOLDFARB,
Maria Patrícia Lopes; LEANDRO, Suderlan Sabino; DIAS, Maria Djair. O “cuidar” entre as calins: concepções de
gestação, parto e nascimento entre as ciganas residentes em Sousa-PB.
Revista Brasileira de Sociologia da Emoção, v. 11, n. 33, dez. 2012, pp.
851-877.
*LEANDRO, Suderlan Sabino. Práticas do enfermeiro em uma comunidade cigana: relato de experiência.
Revista Temas em Saúde, ano 6, n. 8, 2006.
Dentre outros trabalhos dos quais já citamos.Bom, o
que falamos aqui, se refere a uma constatação ainda precária no Brasil, das
reais condições de saúde desse povo, de como isso se relaciona com toda uma
forma cultural e educacional.
De qualquer forma, temos de de nos alinhar nesse
trabalho como forma de uma possível ajuda. Temos a condição
quantitativa; bastante diferente dos ciganos de Portugal, os braços dessa etnia
também e pra completar, temos um SUS, que na teoria é fantástico, mas na
prática ainda sofre com inúmeros pontos a serem seguidos e implementados.
Um deles está diretamente relacionado a esse trabalho
de Portugal, por aqui a média de vida dos ciganos é visivelmente menor, mas
ainda não conseguimos quantificar isso. Outro fator é que a falta de
identificação ou d coleta dessa identificação nos hospitais e atendimentos, nos
impossibilita saber quantos procuram, onde procuram e porquais motivos.
Ainda nos falta dar números assertivos para uma
política pública direta e pontual. Enquanto isso, a AMSK começou um trabalho
com as mulheres de etnia rromani e as conclusões ainda demorem um pouco pra
sair, mas esse estudo já nos revela alguns dados muito interessantes:
MULHERES DE
ETNIA RROMANI
A MULHER “CIGANA”
NO CONTEXTO BRASIL
Rostos e identidades (MIMEO).
(Parcial)
No Brasil ainda não existem dados
específicos sobre o tema, por isso trouxemos um estudo da AMSK/Brasil em
andamento desde agosto de 2013. No Brasil (em andamento em 9 estados, mais o
Distrito Federal) e com seus correspondentes em Portugal – por área de pesquisa
e migração.
Neste estudo, levamos em conta
cerca de 20 pontos norteadores (pergunta e resposta), busca ativa, abordagem
direta e indireta, denúncias, visitas in locuo, pedidos de escuta e rodas de
conversa.
Para esse estudo também foram observados:
1] o direito de se identificarem de forma legítima, (sem folclore
ou estereótipo)
2] de manterem o segredo de sua identificação,
3] e de se colocarem livremente como sujeitos de direito.
As áreas pesquisadas foram SAÚDE, EDUCAÇÃO e GENERALIDADES. Aqui um
pequeno esboço sobre SAÚDE dessas mulheres.
Saúde
|
a) Geralmente estão afastadas do
sistema de saúde convencional (seja por não alcançarem o SUS, ou por não
estarem dentro do sistema “preventivo de cuidados “)
|
b) O câncer de mama ou de colo de
útero, o câncer de pele e a depressão (com seus desdobramentos), são os itens
mais assinalados. Pressão alta, doenças circulatórias, tabagismo e
alcoolismo/droga, seguem a lista.
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c) Geralmente trabalham os três
turnos – (acumulando as funções de esposa, da casa e do trabalho).
|
De 2013 á 2015, a AMSK/Brasil
conseguiu com que vários Homens / chefes de comunidade, líderes de núcleos
familiares; que começassem uma conversa para a não violência contra a Mulher
dentro dos seus núcleos, acampamentos e casas.
Os casos de violência vem sido
analisados com cautela, visto as inúmeras e falsa relatorias, analisadas por
nossa equipe, que chegam de mulheres que
não pertencem a etnia, mas que encontraram nesse modo de vida uma forma
vantajosa de sobrevivência. Isso pode ser analisado pela total falta de
conteúdo, quando comparado a entrevista com mulheres que pertencem a grandes
comunidades e que independentemente de onde estão, são sempre similares ou se
encontram dentro de uma mesma análise de pensamento comunitário.
Pretendemos alcançar o número de
mil mulheres e com isso, ampliarmos e catalogarmos as principais queixas e necessidades
dessas mulheres, a fim de construirmos políticas públicas que venham a
beneficiar verdadeiramente esse recorte étnico.
HOMEOPATAS DOS PÉS DESCALÇOS, um
programa da AMSK/Brasil.