Medicina Tradicional Chinesa-Acupuntura
Política
Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares – 1º Edição.
foto da net.
A
Medicina Tradicional Chinesa caracteriza-se por um sistema médico integral, originado
há milhares de anos na China. Utiliza linguagem que retrata simbolicamente as
leis da natureza e que valoriza a inter-relação harmônica entre as partes
visando a integridade. Como fundamento, aponta a teoria do Yin-Yang, divisão do
mundo em duas forças ou princípios fundamentais, interpretando todos os
fenômenos em opostos complementares.
O
objetivo desse conhecimento é obter meios de equilibrar essa dualidade. Também
inclui a teoria dos cinco movimentos que atribui a todas as coisas e fenômenos,
na natureza, assim como no corpo, uma das cinco energias (madeira, fogo, terra,
metal, água). Utiliza como elementos a anamnese, palpação do pulso, observação
da face e língua em suas várias modalidades de tratamento (Acupuntura, plantas
medicinais, dietoterapia, práticas corporais e mentais).
A
Acupuntura é uma tecnologia de intervenção em saúde que aborda de modo integral
e dinâmico o processo saúde-doença no ser humano, podendo ser usada isolada ou
de forma integrada com outros recursos terapêuticos. Originária da Medicina Tradicional
Chinesa (MTC), a Acupuntura compreende um conjunto de procedimentos permitem o
estímulo preciso de locais anatômicos definidos por meio da inserção de agulhas
filiformes metálicas para promoção, manutenção e recuperação da saúde, bem como
para prevenção de agravos e doenças. Achados arqueológicos permitem supor que
essa fonte de conhecimento remonta há pelo menos 3.000 anos. A denominação
chinesa zhen jiu, que significa agulha (zhen) e calor (jiu) foi adaptados nos
relatos trazidos pelos jesuítas no século XVII como Acupuntura (derivada das
palavras latinas acus, agulha e punctio, punção). O efeito terapêutico da
estimulação de zonas neurorreativas ou "pontos de acupuntura" foi, a
princípio, descrito e explicado numa linguagem de época, simbólica e analógica,
consoante com a filosofia clássica chinesa.
No
ocidente, a partir da segunda metade do século XX, a Acupuntura foi assimilada
pela medicina contemporânea, e graças às pesquisas científicas empreendidas em
diversos países tanto do oriente como do ocidente, seus efeitos terapêuticos foram
reconhecidos e têm sido paulatinamente explicados em trabalhos científicos
publicados em respeitadas revistas científicas. Admite-se atualmente, que a
estimulação de pontos de Acupuntura provoque a liberação, no sistema nervoso
central, de neurotransmissores e outras substâncias responsáveis pelas respostas
de promoção de analgesia, restauração de funções orgânicas e modulação
imunitária.
A OMS
recomenda a Acupuntura aos seus Estados-membros, tendo produzido várias
publicações sobre sua eficácia e segurança, capacitação de profissionais, bem
como métodos de pesquisa e avaliação dos resultados terapêuticos das medicinas complementares
e tradicionais. O consenso do National
Institutes of Health dos Estados Unidos referendou a indicação da acupuntura,
de forma isolada ou como coadjuvante, em várias doenças e agravos à saúde, tais
como odontalgias pós-operatórias, náuseas e vômitos pós-quimioterapia ou
cirurgia em adultos, dependências químicas, reabilitação após acidentes
vasculares cerebrais, dismenorréia, cefaléia, epicondilite, fibromialgia, dor miofascial,
osteoartrite, lombalgias e asma, entre outras. (destaque nosso).
A MTC
inclui ainda práticas corporais (lian gong, chi gong, tuina, tai-chi-chuan);
práticas mentais (meditação); orientação alimentar; e o uso de plantas
medicinais (Fitoterapia Tradicional Chinesa), relacionadas à prevenção agravos
e de doenças, promoção e recuperação da saúde. No Brasil, a Acupuntura foi
introduzida há cerca de 40 anos. Em 1988, por meio da Resolução Nº 5/88, da
Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação (Ciplan), teve as suas
normas fixadas para o atendimento nos serviços públicos de saúde. Vários
conselhos de profissões da saúde regulamentadas reconhecem a Acupuntura como
especialidade em nosso país, e os cursos de formação encontram-se disponíveis
em diversas Unidades Federais. Em 1999, o Ministério da Saúde inseriu na tabela
Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA/SUS) a consulta médica em Acupuntura
(código 0701234), o que permitiu acompanhar a evolução das consultas por região
e em todo País. Dados desse sistema demonstram um crescimento de consultas
médicas em acupuntura em todas as regiões. Em 2003, foram 181.983 consultas,
com uma maior concentração de médicos acupunturistas na região Sudeste (213 dos
376 cadastrados no sistema).
De
acordo com o diagnóstico da inserção da MNPC nos serviços prestados pelo SUS e
dados do SIA/SUS, verifica-se que a Acupuntura está presente em 19 estados,
distribuída em 107 municípios, sendo 17 capitais. Diante do exposto, é
necessário repensar, à luz do modelo de atenção proposto pelo Ministério, a
inserção dessa prática no SUS, considerando a necessidade de aumento de sua
capilaridade para garantir o princípio da universalidade.
Pgs 13 à 16
A
coleção institucional do Ministério da Saúde
pode
ser acessada na íntegra na Biblioteca
Virtual
do Ministério da Saúde:
http://www.saude.gov.br/bvs
Elaboração,
distribuição e informações:
MINISTÉRIO
DA SAÚDE
Secretaria
de Atenção à Saúde
Departamento de Atenção Básica