"Bastam 15 minutos para que os raios
solares ativem no organismo a produção de uma substância capaz de
fortalecer os ossos, deixar as defesas em ponto de bala, preservar a
massa cinzenta e garantir que o coração bata forte por anos a fio."
Trata-se da vitamina D, uma substância que, com tantas qualidades
elencadas nos tempos muito recentes, tem despertado o interesse de
pesquisadores de várias áreas – de nutricionistas a bioquímicos. Só para
ter uma idéia, o PubMed, biblioteca virtual da medicina, que pertence
ao governo americano e armazena artigos científicos de todo o globo,
registrou no ano passado mais de mil estudos sobre funções
recém-descobertas dessa molécula. E ela é muito mais importante do que
se desconfiava.
Um desses trabalhos, que acaba de sair na revista científica Archives
of Internal Medicine, revela que níveis adequados de vitamina D esticam
mesmo a expectativa de vida. A pesquisa avaliou mais de 13 mil homens e
mulheres. Quem estava com taxas insuficientes da substância apresentou
um risco de morte das mais variadas causas 26% maior em relação aos
indivíduos com altos índices da molécula. “A vitamina D está envolvida
em vários processos no organismo, participando inclusive da homeostase, o
equilíbrio interno de todas as funções do corpo”, justifica a
nutricionista Lígia Martini, da Universidade de São Paulo.
A fonte rica em alimentos que sempre que possível devem compor sim as nossas mesas.
Já uma pesquisa da Universidade da Califórnia em Riverside, nos
Estados Unidos, analisou o papel do nutriente em diversos tecidos do
corpo, literalmente da cabeça aos pés. Seu autor, o bioquímico Anthony
Norman, quis mostrar que os benefícios da vitamina D, que no nosso
imaginário ainda é mais associada ao fortalecimento dos ossos, vão muito
além desse papel. Não à toa, o professor defende que a recomendação
diária vá das atuais 400 UI (unidades internacionais) para 2 mil. “Os
valores indicados hoje se baseiam apenas no aporte de cálcio, que a
vitamina ajuda a fixar no esqueleto. Mas agora sabemos que a vitamina D
atua no sistema imune, no coração, no cérebro e na secreção de insulina
pelo pâncreas”, exemplifica Norman a SAÚDE!. Ou seja, para dar conta de
tantas tarefas, a dose precisaria ser mesmo maior. Sua argumentação faz
sentido. “Atualmente, essa vitamina é considerada um potente modulador
das células de defesa”, diz a nutricionista Marianna Unger, doutoranda
em nefrologia pela USP. Em outras palavras, estimula a atividade das
células imunológicas quando elas precisam entrar em ação. Sem a pitada
diária de sol, portanto, ficamos ligeiramente indefesos.
Atenção mulheres
Boas doses de vitamina D são, ainda, sinônimo de peito forte. Isso
porque ela controla as contrações do músculo cardíaco, vitais para o
bombeamento de sangue. Sem contar que, em níveis desejáveis, mantém a
pressão arterial em dia. A razão é simples: inibe lá nos rins a síntese
de renina, uma enzima envolvida na secreção de um hormônio que faz a
pressão disparar. Por falar em hormônio, a insulina, que bota o açúcar
para dentro das células, é mais uma substância que depende da ação
adequada da vitamina D. “Ela estimula o pâncreas a produzi-la”, diz
Lígia Martini. De quebra, a vitamina torna a insulina mais sensível ao
açúcar. Assim, taxas reduzidas podem estar relacionadas à síndrome
metabólica, que engloba hipertensão, obesidade, colesterol ruim elevado e
resistência insulínica.
Que também pode ser encontrado em capsulas, quando as necessidades assim se apresentarem.
No caso do câncer, desconfia-se que a vitamina D regule genes
vinculados à proliferação celular na mama, no cólon e na próstata. Esse
batalhão genético se encarrega de outra missão: induzir o suicídio de
células malignas, a apoptose. “A vitamina também comanda genes que
inibem a angiogênese, a formação de vasos que alimentam o tumor”, diz
Marianna. Ou seja, age contra o câncer em várias frentes. “Em muitos
casos, mulheres com câncer de mama apresentam uma dosagem deficiente de
vitamina D”, revela a oncologista Maria Aparecida Koike Folgueira, da
USP. E talvez não seja mera coincidência.
O mesmo déficit pode estar por trás de problemas como o Parkinson,
que provoca tremores involuntários. Esse elo foi verificado por
cientistas da Universidade Emory, nos Estados Unidos. Os portadores do
mal tinham uma carência acentuada do nutriente. “A hipótese é que a
vitamina D ofereça uma maior proteção aos neurônios ameaçados pelo
Parkinson”, conta a neurologista Marly de Albuquerque, da Universidade
Federal de São Paulo.
A falta do nutriente talvez se explique pelo fato de a população se
expor cada vez menos ao sol, até mesmo no Brasil. Foi o que mostrou um
trabalho da nutricionista Marianna Unger. O estudo avaliou 619
indivíduos considerados saudáveis. “Cerca de 80% deles tinham níveis
insuficientes de vitamina D após o inverno”, diz a pesquisadora. “Depois
do verão, a proporção de indivíduos com carência caiu para 39,6%,
índice muito elevado para um país ensolarado como o nosso.”
Importante: o medo do câncer de pele não pode servir como desculpa
para evitar os raios solares. “Os protetores não impedem que tenhamos
uma quantidade adequada de vitamina D”, afirma o dermatologista Marcus
Maia, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, que demonstrou isso em
um trabalho finalista do III Prêmio SAÚDE!, promovido pela Editora
Abril. Fica o recado: tem que tomar sol! Sua saúde vai agradecer.
No corpo todo
Quando foi descoberta, no início do século passado, a vitamina D só
era vinculada à saúde dos ossos. Mas hoje os cientistas sabem que há
receptores para essa molécula em 31 áreas do corpo humano (veja a lista
completa abaixo). E, quando a natureza cria receptores para determinada
molécula, é sinal de que ela é realmente importante para a célula.
As 31 áreas em que ela atua
• Cartilagens
• Células produtoras de insulina
• Cérebro
• Coração
• Desenvolvimento do embrião
• Estômago
• Fígado
• Folículo capilar
• Formação da placenta
• Funcionamento da musculatura
• Glândula supra-renal
• Hipófise
• Inibidores do câncer
• Intestino
• Mamas
• Medula óssea
• Ossos
• Ovários
• Paratireóide
• Parótida
• Pele
• Próstata
• Pulmões
• Retina
• Rins
• Sistema imunológico
• Tecido adiposo
• Testículos
• Timo
• Tireóide
• Útero
Fonte: Revista Saúde• Células produtoras de insulina
• Cérebro
• Coração
• Desenvolvimento do embrião
• Estômago
• Fígado
• Folículo capilar
• Formação da placenta
• Funcionamento da musculatura
• Glândula supra-renal
• Hipófise
• Inibidores do câncer
• Intestino
• Mamas
• Medula óssea
• Ossos
• Ovários
• Paratireóide
• Parótida
• Pele
• Próstata
• Pulmões
• Retina
• Rins
• Sistema imunológico
• Tecido adiposo
• Testículos
• Timo
• Tireóide
• Útero
Imagens retiradas da net.
O que devemos ter em mente é que mais cedo ou mais tarde, as coisas simples ganham seu devido valor e respeito, juntar forças ao simples que está ao nosso alcance, sem extremos, a natureza pode prestar ao homem um papel melhor do que o de mero enfeite para as vistas.
Homeopatas dos Pés Descalços