Mat. cedida por Elisa Maciel Costa
Esp. em Fito/Homeo e Acupuntura.
Comecemos por entender o que é HOMEOSTASE.
Se simplesmente for dito que a homeostase é a grande responsável pela tentativa de equilíbrio do corpo, não estaríamos errados. Para cada ação há uma reação. Sem o norte e o sul não teríamos uma reta.
O nosso corpo é composto de vários sistemas e órgãos e de milhões de células que por sua vez precisa de condições estáveis para a sobrevivência do corpo. A manutenção de tais condições é chamada de homeostase.
A homeostase (homeo = igual; stasis = ficar parado)
É a condição na qual o meio interno (energia vital) do corpo permanece dentro de certos limites fisiológicos. O corpo ou organismo é dito em homeostase quando seu meio interno está em equilíbrio, ou seja, quando ele contém: a concentração apropriada de substâncias químicas, quando mantém a temperatura e a pressão adequada. (veja a matéria ‘Exercitando a vida – TIMO’)
Quando isso é perturbado (ex. estímulos externos – ação primária), pode resultar a “doença”. Se o equilíbrio não for trazido (ação secundária) de volta pode ocorrer à morte.
HOMEOSTASE:
1) Pelo stress ou qualquer estímulo que crie um desequilíbrio ou invasão.
1.1. Stress externo como calor, frio ou falta de oxigênio.
1.2. Stress de dentro do corpo como pressão sangüínea alta, tumores ou pensamentos desagradáveis.
1.3. Estruturas rotineiras.
1.4. O stress externo como envenenamento, superexposição ou intervenção cirurgica.
2) Mecanismos corpóreos de controle e restabelecimento da homeostase.
2.1. Sistema nervoso.
2.2. Glândulas endócrinas.
O complexo psíquico, assim como todos os sistemas vivos, tenta permanecer em equilíbrio. O termo de Jung para homeostase na relação da vida consciente com a inconsciente foi a "lei da compensação". Para qualquer atitude consciente ou experiência que é excessivamente intensa, há uma compensação inconsciente. Uma pessoa experimentando negligência pode fantasiar ou sonhar com uma mãe imensa de muitos seios. Ao interpretar sonhos, Jung perguntava a si mesmo por qual atitude consciente o sonho compensara.
No fim da sua longa vida, Carl Jung (1875-1961) tinha recolhido e estudado mais de 80.000 sonhos.
Finalmente, se mantivermos um diário de sonhos, identificam-se símbolos persistentes ao longo da nossa vida. Os padrões de sonhos repetidos surgirão de modo recorrente. (a atuação aqui da terapia precisa avançar, não atingiu ainda seu ponto, não acertou a medicação, por isso a recorrência, retratando a passividade da ação primária que permite as alterações ou as estruturas repetitivas).
Nessa acepção, de pouco serve perguntar o significado de um sonho isolado. Devemos conhecer vários sonhos e, em particular, os que reaparecem.
CARL JUNG
Jung desenvolveu estudos de alquimia, mitos e lendas na busca de elementos que contribuíssem para a elucidação das questões levantadas pela clínica da psicose. Foram principalmente essas questões que o fizeram demandar outras perspectivas de análise, tais como a abordagem simbólica e a hermenêutica. Com o instrumental teórico oferecido por esses métodos, identificam nos mitos, lendas e processos alquímicos a estrutura e a dinâmica psíquica por ele encontrada na clínica da psicose.
Jung individualizou os sonhos e suas estruturas, ou seja, deu a cada indivíduo um sintoma único / doença = sonho = atitude = indivíduo = único = interior e os trouxe para a vida do coletivo, ou seja para a saúde psíquica.
A Medicina Tradicional Chinesa e a Medicina Tibetana aplicam os opostos com aplicação singular, traçando as polaridades físicas e mentais, internas e externas de forma a montar um detalhamento próprio e gigantesco. A Nutrologia Chinesa e a Fitoterapia Oriental, também atuam nas polaridades de forma interna e nas externas. Equilíbrio é a palavra chave. A Iatrícia ou Medicina Maçônica (como aprendi), alçada sobre a Medicina dos Essênios e a Alquimia manteve as regras básicas para a aplicação das polaridades, eixos cientificamente comprovados e comumente vivenciados, entretanto dispersos e longínquos da realidade.
Ao defender essa estrutura e formular as questões referentes à polaridade, Hahnemann observou de perto essa mágica do corpo.
Qualquer substância que atue no organismo age sobre a força vital, provocando determinadas alterações que podem perdurar mais ou menos tempo. Estas alterações denominam-se ação primária do medicamento homeopático.
Por seu turno, denomina-se ação secundária a que a força vital exerce sobre a alteração provocada pelo medicamento no organismo.
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A essa estrutura citada, pode-se colocar a ação primária em um nível de fora pra dentro, ou seja, o uso do medicamento. Sua ação sobre determinada estrutura varia consideravelmente e essas são essencialmente a ação primária.
A aplicação da moxa é uma estrutura que move a manifestação da ação primária, bem como os medicamentos homeopáticos, as temperaturas externas, as agressões que representam as invasões tanto físicas quanto verbais ou emocionais. AÇÃO E REAÇÃO. Podemos dizer que sua reação é a ação secundária, sua resposta interna, seu organismo reagindo sobre a alteração provocada.
Parece-me bom analisar as conseqüências de toda medicação a ponto de acompanharmos o desenrolar da cura ou da supressão provocada. A medicação errada, a aplicação errada dos meridianos, os expurgos dos fitoterápicos e etc... produzem conseqüências, nesse caso estimulam a ação do organismo de sobrevivência ou força vital.
Durante a ação primária, a força vital mantém-se passiva, permitindo a conseqüente alteração do estado de saúde do paciente.
Posteriormente, desenvolve a condição de saúde exatamente oposta ao efeito sobre ela produzido pela substância medicamentosa, permitindo a extinção da alteração nela impressa pela mesma.
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Se os sintomas são um alerta, sinais de instabilidade ou alterações, eles dão o tom da pesquisa a ser feita, eles não são a doença. A nossa energia criadora, nossa força vital, nosso equilíbrio, permite o desequilíbrio justamente para ser encontrado um caminho de restabelecimento da energia curativa, da energia vital.
Estado doentio - a energia secundária permanece inerte, permitindo a ação das alterações na ação primária. Alterações produzidas pela ação primária, uso de medicamentos, substância e etc...
Jung analisou essa projeção no sistema interno do ego/super ego. Do imaginário, criando uma reação de entendimento das polaridades pela projeção – nesse caso dos sonhos.
A Iatrícia, a Alquimia e a Medicina dos Essênios são tão parecidas nesse conceito que levam a integralidade da pessoa humana.
Na Homeopatia essa estrutura ganha uma regra clara e mais uma vez volto a dar ênfase nas palavras do Dr. Prafull sobre a supressão, deixando claro que quando não se consegue restabelecer a saúde, a ação secundária (energia vital) não se estabelece de forma adequada e/ou definitiva e suas conseqüências são o agravamento e o aparecimento de novas deficiências às vezes muito mais sérias e graves, fazendo com que as primeiras alterações retornem. Mais uma vez a ação dos medicamentos se estabelece em nova ação primária.
Assim sendo tanto os conceitos antigos quanto os atuais buscam o equilíbrio do corpo e o restabelecimento da saúde.
Homeopatas dos Pés Descalços