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IGNATIA AMARA II E SUA PERSONALIDADE HOMEOPÁTICA

IGNÁTIA AMARA – DESVIRANDO O TAPETE


“Ignatia é feita de emoções na alma e de matéria sólida no resto do corpo”.

Se bem estruturada essa matéria chega quase a perfeição e atenção: banalidades não são os sofrimentos de Ignácia. “Traição, covardia, injustiça, abuso e crueldade são as faces daquilo que essa personalidade repudia e sempre em qualquer profissão que tenha ou vida social que leve, esses serão seus conflitos e suas convicções de luta”.

Quando definimos uma personalidade às vezes achamos que ela não pode se modificar. Isso é quase um fato. Errado. Ela pode. A dificuldade ocorre quando os fatores que expõem essa personalidade não são vistos pela personalidade adoecida. Para se ter os verdadeiros moldes ou reações que identifiquem o estado doentio da personalidade, precisamos estar doentes, ou o homeopata deverá destrinchar para achar. Sendo assim temos de olhar com calma e com olhos verdadeiros e mais que isso, precisamos reconhecer este estado e querer mudar. Não existe coisa mais difícil que admitir um defeito e resolver dar um fim nessa postura adoecedora.

Muitas pessoas se identificam com a personalidade de Ignácia, quase ninguém com Arsenicum. Uma Ignátia Amara tem como complementar Aur, Apis, Nat-m, Ph-ac, Pulsatilla, Sep, Sulph. E com Aurum? Sépia? Então Sulphor?


A parte escura, SEM VISIBILIDADE E NEM CLAREZA, feia da medicação, não é levada tão a sério. Isso resulta numa identificação errônea de Ignátia Amara. A casca dura, o que fazer com ela? Como saber?

Toda virtude caso pereça, se tornará defeito,
Todo defeito visto e corrigido se tornará virtude.

TODA PERSONALIDADE HOMEOPÁTICA PODERÁ SOFRER ALTERAÇÕES, DESDE QUE DENTRO DO SEU DESENVOLVIMENTO OU SEJA, DO SEU PROCESSO EVOLUTIVO, HAJA PERCEPÇÃO O SUFICIENTE PARA FAZER AS MODIFICAÇÕES NESCESSÁRIAS. NÃO HÁ COMO FAZÊ-LAS SEM A DOR DA OBSERVAÇÃO DOS NOSSOS ERROS DE CONDUÇÃO AO LONGO DA VIDA. PRECISA-SE MUDAR A FORMA DE PENSAR, AGIR E REAGIR.”

Existem personalidades que não conseguem isso sozinhas, devido ao grau de debilidade física de que são acometidas, entretanto, esse não é o caso de Ignátia.

Existem dois mecanismos marcantes nessa matéria. O primeiro diz respeito a se fechar, se isolar, remoer uma situação com um receio absurdo de magoara as outras pessoas. Pensar primeiro para depois falar e não correr o risco de errar. Bonito e perigoso. A Ignátia se prende no seu próprio pensamento, remoer suas próprias opiniões, correr o quase inevitável risco de não sair do próprio pensamento, da própria opinião. Depois quase sempre o estouro, que não precisa ser apenas nessa situação, há aqui um acumulo de fatores que podem ser muitos distantes, entretanto, no pensamento repetitivo de Ignácia eles seguem a mesma linha. Fala e pronto, melhora. Como não repara no tempo dos outros, corre o risco da função imediata do exercício errado do egoísmo. Se a melhor hora dela ou dele não for a do outro em questão, objeto primeiro de sua mágoa, já era, o mal entendido já está formado. Cada um com sua razão. Caso se aperceba do movimento de afastamento e solidão, fazer um esforço de compreender por outros olhos e com outras visões, alargar seu olhar, já sinaliza uma melhora absurda no estado doentio. Opressão e enquadramento são questões difíceis e de revolta para Ignácia, são pontos do seu próprio adoecimento, não que os outros a coloquem sempre nessa situação. Ela se coloca nesse centro. O lado ruim da responsabilidade é o exagero da cobrança interior. Virtude e defeito.


Pensem numa profissão que exija muita responsabilidade, se pensou em muitas está certo, são muitas mesmo, Ignácia sabe disso e encara a profissão que tiver de forma responsável. Até aí uma virtude rara. E quando de tanto dar conta de fazer as coisas, elas se vê comandando um esquadrão de tarefas. Qualquer tarefa que nesse caso independe dela, ocupa um tamanho gigante e canta no seu ouvido seu fracasso. Esse simples fato gera adoecimento. Não é fugir da situação, isso Ignátia não faz nunca, é apenas abrandar a onda de irresponsabilidade alheia e observar o que é possível ou não fazer. Traduzindo: delimitar espaços, tempos, coisas e pessoas. E ter a certeza de que nem tudo é um teste de capacidade e sim de condução adequada das coisas. A grande dificuldade de dizer NÃO. Aí devemos deixar claro que problemas pequenos e coisinhas do dia a dia não se enquadram, essa personalidade se ocupa de questões onde estruturas coletivas sejam ameaçadas. A razão do envolvimento dispensa a banalidade sempre. Caso não controle seu envolvimento e acabe sobrecarregada pelas situações, poderá se tornar autoritária e inibir, anular ou mesmo destruir a capacidade dos que estiverem ao seu redor. Virtude e defeito, lado a lado. Aliás, como tudo na vida.

As características de repúdio dessa medicação podem se tornar seu escudo, esse é o adoecimento dessa personalidade.
Como buscar alívio?

Um diário, uma agenda, um chec list diário. Qualquer coisa que mostre a quantidade de tarefas e obrigações diárias, incluindo tempo de almoço ou jantar, conversa ao telefone, reuniões, tarefas de casa. O grande aliado dessa matéria é a sua clareza em verificar o que está marcado, escrito, pontuado, sendo assim o excesso fica bem demarcado, ajudando a visualizar o início do acúmulo, o antes da doença, a prevenção propriamente dita.

“Para o exercício da paciência você requer que uma pessoa deliberadamente lhe faça mal.” Dalai Lama.

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